O Porto disse "presente" na festa dos Jamiroquai
\t\tClima ajudou: não choveu e recinto encheu-se para ver a banda de Jay Kay
Os Jamiroquai subiram ao palco do Super Bock Super Bock (SBSR) e o vocalista não disse algo do género: "Olá, o meu nome é Jay Kay. Sou um verdadeiro artista pop e estou aqui para vos entreter." Mas foi como se o tivesse dito e o público respondido: "Presente!" No sábado, segundo dia do Act 1 do festival, no Queimódromo do Parque da Cidade (Porto), o clima ajudou e a casa encheu para ver a banda britânica.
Ao contrário da véspera, não havia a desculpa do tempo (soprava um vento frio, mas nada de chuva) e o Queimódromo ficou mesmo lotado para ver a banda de Jay Kay e companhia - os números devem ter rondado as 20 mil pessoas esperadas pela organização. Com isso, notou-se também o rejuvenescimento do público: predominavam as caras jovens, na casa dos 20. E não fosse não haver sinal de traje ou demais ritos académicos, o observador mais desatento podia julgar-se numa noite da Queima das Fitas - afinal, estava-se no recinto da festa dos estudantes da Invicta.
Mas não era disso que se tratava. Era a noite da despedida do SBSR do Porto e a festa era dos Jamiroquai. Era por eles que ali estava a maioria das pessoas. Foi por eles que as zonas mais próximas do palco se tornaram intransitáveis durante a pouco mais de uma hora de concerto. Em palco, Jay Kay quase não falava - para lá de um ou outro monossilábico thank you. Mas não era preciso. A linguagem corporal falava por ele: o lusodescendente dançava, mexia-se, fazia trejeitos, pura e simplesmente não parava quieto. E por entre mobilizadoras de massas como Cosmic Girl, Space Cowboy, Allright, Deeper Underground ou Runaway, levou o público ao êxtase. "Valeu a pena" sentenciava um fã no final, pouco importado com os que criticavam a postura pouco comunicativa de Jay Kay.
Aviõezinhos a dizer "bye bye"
A noite foi dos Jamiroquai, mas houve mais música antes e depois dos britânicos. Uma alteração horária deixou Jorge Palma para depois da 1.00 - após a debandada, só os indefectíveis do cantautor, que são muitos, ficaram em frente ao palco.
Mas antes já tinha havido Brand New Heavies, Clã, Morcheeba e Paolo Nutini. Por ordem de actuação, lá foram ganhando assistência, apesar de aos primeiros ter calhado a tarefa de animar as hostes à hora de jantar. A energia e sedução de Manuela Azevedo foi chamando gente, com despedida em beleza: a vocalista dos Clã atirou aos fãs aviõezinhos de papel, ao som de Adeus Amor (Bye, Bye).
Estava dado o mote para a chegada dos convidados internacionais. Órfãos da ex-vocalista Skye, os Morcheeba balançaram entre os velhos sucessos e os temas do recente Dive Deep. Já Paolo Nutini fintou o facto de ser o mais jovem e desconhecido da noite: fez a festa, descontraidamente, muito para lá do seu som entre blues e rock'n'roll. E o público deixou-se levar, enquanto esperava pelo entertainer Jay Jay...